sexta-feira, agosto 12, 2011

O penúltimo

Este é o penúltimo poema da coletânea "Brotos - folhas ao céu, raízes ao solo". Gostaria de comentar que o blog interferiu diretamente no processo de produção, uma vez que estimulou a manter um ritmo de escrita. Inclusive, a maior parte dos poemas são relativamente recentes, justamente após a decisão de usar o blog para postar os poemas. E este poema, especialmente, é um dos meus "filhos prediletos", um trabalho que a gente chega a duvidar que foi feito pela gente :-P.


O DEUS NA SÉTIMA CASA, DECIMAL

é quase nada, arredonda para zero e assume que é erro,
como este do autor, mais um, outro ali e acolá,
aproxima para o vazio e espreita o menor de todos,
até subir aos chãos, à direita da faca pontiaguda e afiada,
cortando palavras como cebola,

chega.

O poema enfim não existe, imaginação pura, ficção de pior espécie,
um monte de gente passando pela cabeça com falas entrecortadas,
mediunidade de terceira com erros grosseiros e não decimais,

chega.

O rádio que não desliga na mente, deuses que zombam de mim e você,
a vida sem passagem, a ponte quebrada no fundo de teu olhar,
e o mundo a um abismo de seus pés,

chega,

pule, arredonda logo para zero, e erga suas preces em nome do nada,
o vazio que se instala no peito, a morte em vida, a vida morrida,
como uma chuva demorada que resfria por fora e por dentro,
e deuses sem deus em todas as casas decimais.




Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

O antepenúltimo

Os poemas que tenho divulgado aqui fazem parte de uma coletânea chamada "Brotos - folhas ao céu, raízes ao solo" e foram escritos entre o meio de 2009 e maio de 2011. São, ao todo, 58 poemas, todos compartilhando da idéia que somos sementes e podemos ou não brotar. Pretendo disponibilizar a coletânea completa em breve, em bom pdf, para download. Este é o antepenúltimo poema da coletânea, espero que gostem:

JOÃO E MARIA

Uma gota cai, molha o chão,
se espalha,
até a formiga que corre
com açúcar sobre a cabeça.




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Credo!

Putz, isso aqui tá criando teia de aranha... Jájájá, dois poemas relativamente frescos...