sábado, abril 28, 2012

Criada enquete para direcionar futuros posts

Criei uma enquete (veja ao lado) para verificar o que é melhor postar por aqui. Tenho poemas escritos desde a adolescência, já traduzi alguns poetas (inclusive  um prêmio por tradução de poemas dos índio norte-americanos). Assim, aguardo um retorno de vocês para apontar os rumos do blog.

sexta-feira, abril 27, 2012

Coletânea completa para download

A quem quiser fazer download da coletânea de poemas Brotos - folhas ao céu, raízes ao solo, disponibilizei uma cópia no 4shared e também no issuu (onde inclusive você pode ler online).

O último

Este é o último poema da coletânea "Brotos - folhas ao céu, raízes ao solo". Delicie-se.

58. GERMINAL

Abra, tuas portas ao céu agora, seus braços são louros
em busca de vencedores e águas frescas
a inundar tua alma e te fazer crescer,
subir aos céus, espalhando ao lado tua sombra, tuas marcas
em todos os cantos ao redor.

Sobe, pétala de ti que cai ao chão e aduba a vida,
traços a voar pelo vento em busca de espalhar teu aroma
pelos campos ensolarados e cheios de pó.

Vai agora, abre os braços, é teu deus dentro de ti
a espalhar suas preces ao redor,
uma cantiga de viver e secar,
e sementes espalhadas no chão.



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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

sexta-feira, agosto 12, 2011

O penúltimo

Este é o penúltimo poema da coletânea "Brotos - folhas ao céu, raízes ao solo". Gostaria de comentar que o blog interferiu diretamente no processo de produção, uma vez que estimulou a manter um ritmo de escrita. Inclusive, a maior parte dos poemas são relativamente recentes, justamente após a decisão de usar o blog para postar os poemas. E este poema, especialmente, é um dos meus "filhos prediletos", um trabalho que a gente chega a duvidar que foi feito pela gente :-P.


O DEUS NA SÉTIMA CASA, DECIMAL

é quase nada, arredonda para zero e assume que é erro,
como este do autor, mais um, outro ali e acolá,
aproxima para o vazio e espreita o menor de todos,
até subir aos chãos, à direita da faca pontiaguda e afiada,
cortando palavras como cebola,

chega.

O poema enfim não existe, imaginação pura, ficção de pior espécie,
um monte de gente passando pela cabeça com falas entrecortadas,
mediunidade de terceira com erros grosseiros e não decimais,

chega.

O rádio que não desliga na mente, deuses que zombam de mim e você,
a vida sem passagem, a ponte quebrada no fundo de teu olhar,
e o mundo a um abismo de seus pés,

chega,

pule, arredonda logo para zero, e erga suas preces em nome do nada,
o vazio que se instala no peito, a morte em vida, a vida morrida,
como uma chuva demorada que resfria por fora e por dentro,
e deuses sem deus em todas as casas decimais.




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O antepenúltimo

Os poemas que tenho divulgado aqui fazem parte de uma coletânea chamada "Brotos - folhas ao céu, raízes ao solo" e foram escritos entre o meio de 2009 e maio de 2011. São, ao todo, 58 poemas, todos compartilhando da idéia que somos sementes e podemos ou não brotar. Pretendo disponibilizar a coletânea completa em breve, em bom pdf, para download. Este é o antepenúltimo poema da coletânea, espero que gostem:

JOÃO E MARIA

Uma gota cai, molha o chão,
se espalha,
até a formiga que corre
com açúcar sobre a cabeça.




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Credo!

Putz, isso aqui tá criando teia de aranha... Jájájá, dois poemas relativamente frescos...

quarta-feira, julho 06, 2011

Serotonina contra o dragão azul no dezerto

Baixou o nível do chocolate no sangue, vida dura essa.


DURMAM, QUERIDOS


Servi café agora, tá fresco e com aroma de rosas secas,
um fio de fumaça desce do céu até a xícara,
como almas penando subindo a rua até o cadafalso.


Os biscoitos são de chocolate com baunilha,
o gosto se confunde com a vida se esvaindo aos poucos.


Também tem torradas, queijo e um mundo inteiro em pedaços
para comer lentamente enquanto o apocalipse começa na casa ao lado.



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terça-feira, julho 05, 2011

O mundo é um pasto...

e computadores são de capim...


A VACA CHICOTEADA


Se mover, ponha para correr, passos e pegadas
espalhadas por todo o canto, reze para que chegue ao fim.


E quando para, pare e reflita sobre a cabeça e o ubre da vaca:
o mundo existe para além de remoer e capim.


Ajuste o sino, coloque mais feno, abra as porteiras:
mostre a ela que o mundo inteiro é saída.


E então caminha e caminha, em frente aos montes, pegadas
por todo o campo, até que a vaca erga os chifres
e muja de desprezo por bodes e outros.



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