quinta-feira, dezembro 02, 2010

Poema para a tarde chuvosa

Mais um poema para a tarde chuvosa, escrito entre setembro e novembro:


CLARO COMO VINHO

Às vezes então uma visão vem e assombra, a mente nunca mais foi a mesma:
bêbada em sim, não se aguentando de vozes e pessoas
a caminhar pela cabeça, ébrio de vontade de gritar e gritar

e enfim só.

Mesmo que não se permitam outros goles ou outro porre daqueles.



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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

Poema para uma tarde chuvosa

Um poema, já escrito há um certo tempo, mas que combina bem com a tarde chuvosa, nublada, tempo esquisito:


GARGANTA


Esse grito agora não sai, fica preso em mim e resume-se a um eco,
um sibilo,
um fio de água pura e cristalina que incendeia ao menor toque,
chama azul.


Penetra a mente e invade os ossos, dói como a alma, gelada e inerte,
esperando
por uma explosão, um eco, um grito, uma voz, algo que a faça
espalhar partículas e ondas por um universo vazio, até que o tudo enfim
se disperse e reúna, como uma foto pálida de mim mesmo,
acinzentada.


Esse grito que mesmo assim não sai, arde como gelo, queima,
sobe as espinhas,
deixando voz seca, com vontade de gritar.


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