terça-feira, março 30, 2010

Mais um poema,

Este demorou mais de semana para ser concluído, apesar de pequeno, foi trabalhoso:


CARNÍVORA

Eis que folha, entreaberta, seduz,
perfume que não deixa pensar, inebria.

Pétala que se move, tentação,
como se o olho piscasse, os dedos a chamar.

Inseto eu, desprotegido, o sol
a chamar, hipnose e transe em pleno vôo.

E enfim morte, súbita, em tais pétalas,
confortado por néctar e perfumes.

quarta-feira, março 24, 2010

Mais um Poema

Semana passada foi meio sufocante, estive em BH e Sampa na mesma semana, um cansaço que só. O poema que se segue foi escrito no dia 5 de março, uma sexta-feira, se não estou enganado:


OCEANO

Todas as estrelas explodem à noite, morrem lentamente e com violência extrema,
puro fervilhar.

Nenhuma te envia uma única carta, um alô, um bilhete mal escrito que seja,
nem ligam.

Pulsam,
e esquentam sua alma fria num universo sombrio
e só.

Espalham
com preguiça sua parca luz em lanças viscerais, chamas em puro mantra.

Brilhos
e requipes de tambores no coração de gás e metal a queimar, como você.

Pois que um dia afinal explodirá tudo e para todo sempre poeira e luz.

segunda-feira, março 08, 2010

Para começar a semana

Este foi escrito na segunda-feira passada:

DECEPÇÃO

Esta chuva não são lágrimas, não representam o meu peito
ou minha cara pálida, com essa luz lateral amarela,
emsombreada pelos livros caidos na estante.

Esse vento frio não é angústia, não representa minha
cabeça cansada pelos dias que passam e nunca voltam,
mas repetem o mesmo motivo e razão.

Agora este sou eu, eu acho, pálido com essa fraca luz,
pálido como essa tosca lâmpada, que resiste em me iluminar.

sexta-feira, março 05, 2010

Para fechar o dia

Este também foi escrito na sexta-feira da semana passada (dia produtivo, não??):


PLUGUE E REZE

Assim seja, você do lado de fora desse mundo cãopracachorrovadio,
vermes, poeira, pó, zunido de moscas e o cheiro
que interrompe o nariz, sufoca o peito,
desespero.

Em que agora estamos sós por terras estranhas,
estamos muito sós, apenas você
e essa terra entranha, garganta seca, joelhos cansados e doídos,
o céu pleno em cruz.

Mais um para o final de semana

Este também foi escrito na sexta-feira da semana passada:


BATICUM


Batem à porta, vá atender, pode ser a vida querendo entrar
e espiar pelos cantos
se tem alguém em casa esperando por ela.

Uma produção demorada

Acreditem ou não esse poema demorou quase um ano para ser escrito, a idéia ficou amadurecendo até poder finalmente tomar forma, na sexta-feira da semana passada.


O DEUS NA QUINTA CASA, DECIMAL

é obviamente um erro, o autor se enganou, vírgulas fora de lugar, frases
que não combinam bem, um violino desafinado tocando uma música chata
e frases, frases, palavras sem qualquer senso de união

(mira agora e veja que nem tem algo assim por aí, um número
não pode ser um deus, e Pitágoras estava errado).

Mas se agora há silêncio, não é por ausência de pássaros a cantar lá fora,
mais fácil tua mente por sobre as águas, a olhar os peixes a navegar,
mantra interno de frescor e ondular

(mira, de novo, e veja que de fato nada é um número, nem mesmo
o nada, tudo agora em paz e para sempre, trovão).

De fato nem se consegue, imagina, como o autor nisso supõe, tão
estranho como libélulas, essas, que voam agora lá fora. Com certeza,
um equívoco, um erro tão grande, a ponto de levar o deus na sexta casa, decimal.


Um poema para o final de semana

Quase não postei nada esta semana, início de aulas, fazer planos de aula, etc.  Vai um poema de quinta-feira da semana passada:


FURACÃO

E uma alma atravessa calmamente a rua,
enquanto lençóis ao varal tremulam
imitando o balé das borboletas ao vento.