Bem-vindo à minha caverna. Quem sabe um abrigo, quem sabe um refúgio. Talvez apenas uma entre outras tantas cavernas escuras e sombrias. Quem dera fosse um castelo de fortes muralhas e torres! Mas, ao invés de um rei, apenas um ermitão chato que insiste em tentar ser um espírito livre numa era de pura escravidão.
sexta-feira, agosto 26, 2011
sexta-feira, agosto 12, 2011
O penúltimo
Este é o penúltimo poema da coletânea "Brotos - folhas ao céu, raízes ao solo". Gostaria de comentar que o blog interferiu diretamente no processo de produção, uma vez que estimulou a manter um ritmo de escrita. Inclusive, a maior parte dos poemas são relativamente recentes, justamente após a decisão de usar o blog para postar os poemas. E este poema, especialmente, é um dos meus "filhos prediletos", um trabalho que a gente chega a duvidar que foi feito pela gente :-P.
O DEUS NA SÉTIMA CASA, DECIMAL
é quase nada, arredonda para zero e assume que é erro,
como este do autor, mais um, outro ali e acolá,
aproxima para o vazio e espreita o menor de todos,
até subir aos chãos, à direita da faca pontiaguda e afiada,
cortando palavras como cebola,
chega.
O poema enfim não existe, imaginação pura, ficção de pior espécie,
um monte de gente passando pela cabeça com falas entrecortadas,
mediunidade de terceira com erros grosseiros e não decimais,
chega.
O rádio que não desliga na mente, deuses que zombam de mim e você,
a vida sem passagem, a ponte quebrada no fundo de teu olhar,
e o mundo a um abismo de seus pés,
chega,
pule, arredonda logo para zero, e erga suas preces em nome do nada,
o vazio que se instala no peito, a morte em vida, a vida morrida,
como uma chuva demorada que resfria por fora e por dentro,
e deuses sem deus em todas as casas decimais.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
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O DEUS NA SÉTIMA CASA, DECIMAL
é quase nada, arredonda para zero e assume que é erro,
como este do autor, mais um, outro ali e acolá,
aproxima para o vazio e espreita o menor de todos,
até subir aos chãos, à direita da faca pontiaguda e afiada,
cortando palavras como cebola,
chega.
O poema enfim não existe, imaginação pura, ficção de pior espécie,
um monte de gente passando pela cabeça com falas entrecortadas,
mediunidade de terceira com erros grosseiros e não decimais,
chega.
O rádio que não desliga na mente, deuses que zombam de mim e você,
a vida sem passagem, a ponte quebrada no fundo de teu olhar,
e o mundo a um abismo de seus pés,
chega,
pule, arredonda logo para zero, e erga suas preces em nome do nada,
o vazio que se instala no peito, a morte em vida, a vida morrida,
como uma chuva demorada que resfria por fora e por dentro,
e deuses sem deus em todas as casas decimais.
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O antepenúltimo
Os poemas que tenho divulgado aqui fazem parte de uma coletânea chamada "Brotos - folhas ao céu, raízes ao solo" e foram escritos entre o meio de 2009 e maio de 2011. São, ao todo, 58 poemas, todos compartilhando da idéia que somos sementes e podemos ou não brotar. Pretendo disponibilizar a coletânea completa em breve, em bom pdf, para download. Este é o antepenúltimo poema da coletânea, espero que gostem:
JOÃO E MARIA
Uma gota cai, molha o chão,
se espalha,
até a formiga que corre
com açúcar sobre a cabeça.
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JOÃO E MARIA
Uma gota cai, molha o chão,
se espalha,
até a formiga que corre
com açúcar sobre a cabeça.
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quarta-feira, julho 06, 2011
Serotonina contra o dragão azul no dezerto
Baixou o nível do chocolate no sangue, vida dura essa.
DURMAM, QUERIDOS
Servi café agora, tá fresco e com aroma de rosas secas,
um fio de fumaça desce do céu até a xícara,
como almas penando subindo a rua até o cadafalso.
Os biscoitos são de chocolate com baunilha,
o gosto se confunde com a vida se esvaindo aos poucos.
Também tem torradas, queijo e um mundo inteiro em pedaços
para comer lentamente enquanto o apocalipse começa na casa ao lado.
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DURMAM, QUERIDOS
Servi café agora, tá fresco e com aroma de rosas secas,
um fio de fumaça desce do céu até a xícara,
como almas penando subindo a rua até o cadafalso.
Os biscoitos são de chocolate com baunilha,
o gosto se confunde com a vida se esvaindo aos poucos.
Também tem torradas, queijo e um mundo inteiro em pedaços
para comer lentamente enquanto o apocalipse começa na casa ao lado.
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terça-feira, julho 05, 2011
O mundo é um pasto...
e computadores são de capim...
A VACA CHICOTEADA
Se mover, ponha para correr, passos e pegadas
espalhadas por todo o canto, reze para que chegue ao fim.
E quando para, pare e reflita sobre a cabeça e o ubre da vaca:
o mundo existe para além de remoer e capim.
Ajuste o sino, coloque mais feno, abra as porteiras:
mostre a ela que o mundo inteiro é saída.
E então caminha e caminha, em frente aos montes, pegadas
por todo o campo, até que a vaca erga os chifres
e muja de desprezo por bodes e outros.
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A VACA CHICOTEADA
Se mover, ponha para correr, passos e pegadas
espalhadas por todo o canto, reze para que chegue ao fim.
E quando para, pare e reflita sobre a cabeça e o ubre da vaca:
o mundo existe para além de remoer e capim.
Ajuste o sino, coloque mais feno, abra as porteiras:
mostre a ela que o mundo inteiro é saída.
E então caminha e caminha, em frente aos montes, pegadas
por todo o campo, até que a vaca erga os chifres
e muja de desprezo por bodes e outros.
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quarta-feira, junho 29, 2011
O mundo é um moinho
Ilusões idióticas precisam ser combatidas por Quixotes e outros heróis.
PAISAGEM
Meu cérebro uma vez construiu uma casa, ela estava vazia,
apenas paredes e um teto feio, escura e sem janelas ou portas.
Ele adicionou então uma mesa, simples e vermelha,
colocando um vaso com uma única flor sobre este artefato.
Para que o ambiente não ficasse quieto, criou uma pequena abelha
rodeando a flor sem perfume ou sabor.
E por fim sentou-me numa cadeira, em meio à sala,
escura e com um zumbido estranho ao redor de uma flor de plástico.
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PAISAGEM
Meu cérebro uma vez construiu uma casa, ela estava vazia,
apenas paredes e um teto feio, escura e sem janelas ou portas.
Ele adicionou então uma mesa, simples e vermelha,
colocando um vaso com uma única flor sobre este artefato.
Para que o ambiente não ficasse quieto, criou uma pequena abelha
rodeando a flor sem perfume ou sabor.
E por fim sentou-me numa cadeira, em meio à sala,
escura e com um zumbido estranho ao redor de uma flor de plástico.
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terça-feira, junho 28, 2011
1 + 1 = inf
Existe Matemática Pura?
MATEMÁTICA APLICADA
Dois corpos nus, fluídos e absolutos,
mesmo que praticamente em paralelo,
sempre encontram-se no infinito.
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MATEMÁTICA APLICADA
Dois corpos nus, fluídos e absolutos,
mesmo que praticamente em paralelo,
sempre encontram-se no infinito.
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quinta-feira, junho 16, 2011
Café a dois
Levanta-te e anda, já passou da hora de ir trabalhar...
ESPARTILHO
Por sobre a grama esverdeada e úmida, repousa
uma pequena joaninha,
pulando de folha em folha até suas pernas.
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ESPARTILHO
Por sobre a grama esverdeada e úmida, repousa
uma pequena joaninha,
pulando de folha em folha até suas pernas.
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quarta-feira, junho 15, 2011
Leitura a dois
Para ler com vinho tinto e boa companhia...
CARMIM
O cheiro forte inebria, perturba a alma, o corpo tenso,
o mundo em potência e gotas de suor.
Vamos, levanta ao alto, mostra tua beleza, tontura,
dedos para cima, entreabre tuas pétalas.
Desdobra tuas folhas, expande teu perfume,
seiva de teus galhos a derreter neurônios,
toda força em querer morder e cheirar.
Então, sobe mais um pouco, entreabre mais ainda,
mostre tudo e deixa que enfim toque o fundo,
o ponto mais baixo de teu interior.
Mesmo que o lírio ao lado mostre-se mais vivo,
e com perfumes a inundar,
teu broto é quem mais cativa
e clama por perdição,
como se abelhas toda em volta da colmeia,
um por um querendo entrar e retirar o mel.
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CARMIM
O cheiro forte inebria, perturba a alma, o corpo tenso,
o mundo em potência e gotas de suor.
Vamos, levanta ao alto, mostra tua beleza, tontura,
dedos para cima, entreabre tuas pétalas.
Desdobra tuas folhas, expande teu perfume,
seiva de teus galhos a derreter neurônios,
toda força em querer morder e cheirar.
Então, sobe mais um pouco, entreabre mais ainda,
mostre tudo e deixa que enfim toque o fundo,
o ponto mais baixo de teu interior.
Mesmo que o lírio ao lado mostre-se mais vivo,
e com perfumes a inundar,
teu broto é quem mais cativa
e clama por perdição,
como se abelhas toda em volta da colmeia,
um por um querendo entrar e retirar o mel.
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terça-feira, junho 14, 2011
A História, segundo Heráclito de Galileia
Como diria minha professora de História, é tudo verdade, se não for mentira. Inclusive a professora de História ter dito isso.
MUNDO A RODAR
Quando Agamenon entrou em Pompeia, achou tudo cinza,
ateou fogo no centro da cidade
e subiu a montanha em busca de outros deuses.
Alexandre, pasmo em absoluto, nunca pensou
que sua biblioteca fosse
tão ferozmente atacada por cupins.
Espártaco, por outro lado, achou melhor levantar
homens sobre seu ombro,
obtendo belas imagens de mulheres a se trocar.
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MUNDO A RODAR
Quando Agamenon entrou em Pompeia, achou tudo cinza,
ateou fogo no centro da cidade
e subiu a montanha em busca de outros deuses.
Alexandre, pasmo em absoluto, nunca pensou
que sua biblioteca fosse
tão ferozmente atacada por cupins.
Espártaco, por outro lado, achou melhor levantar
homens sobre seu ombro,
obtendo belas imagens de mulheres a se trocar.
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segunda-feira, junho 13, 2011
Poema para o fim da tarde
O barquinho vai, a tardinha cai, um poema sai:
TOCATA E FUGA
Fique, está cedo e ainda nem estrelas piscam,
uma nuvem encobre lentamente o sol
e as montanhas sobem em nossa visão.
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TOCATA E FUGA
Fique, está cedo e ainda nem estrelas piscam,
uma nuvem encobre lentamente o sol
e as montanhas sobem em nossa visão.
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Uma banda para ouvir poemas
Quem me acompanha no twitter, sabe que gosto muito de ouvir músicas e músicas geralmente não-triviais. Tenho uma certa alergia à músicas simplistas, o que me distancia de sucessos prontos e músicas sem um compromisso maior com letra e harmonia. Como gosto de dizer, não fiquei ouvindo Bach em minha adolescência para ficar agora ouvindo modão sertanejo, ou musiquinha romântica de novela.
Ultimamente tenho ouvido muitas bancas que tem sido etiquetadas como Post-Rock. Em geral músicas instrumentais, que deixam a gente inebriado com o som. Uma dessas bandas é a God Is An Astronaut, que eu chamo de "profetas" no twitter. Então experimenta aí, o som é muito bom.
São irlandeses, e muito melhores que aquela outra banda de lá, me desculpem os fãs dela.
Ultimamente tenho ouvido muitas bancas que tem sido etiquetadas como Post-Rock. Em geral músicas instrumentais, que deixam a gente inebriado com o som. Uma dessas bandas é a God Is An Astronaut, que eu chamo de "profetas" no twitter. Então experimenta aí, o som é muito bom.
São irlandeses, e muito melhores que aquela outra banda de lá, me desculpem os fãs dela.
O doce aroma de um café ruim
Poucas coisas piores que um café ruim com cheiro bom...
MARTE COM CHANTILY
Um besouro caminha por sobre a calçada fria,
abre as asas
e decide que é melhor pular para o outro lado da cerca.
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MARTE COM CHANTILY
Um besouro caminha por sobre a calçada fria,
abre as asas
e decide que é melhor pular para o outro lado da cerca.
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Segunda-feira com poesia
Um poema para "animar" a segunda-feira:
O RIO SECO
Em margens áridas agora estamos, um mundocãopracachorro
em que peixes vem à tona para respirar fumaça,
uma água suja como nossas mentes,
uma água pouca como nossa fé,
uma água seca,
como nós.
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O RIO SECO
Em margens áridas agora estamos, um mundocãopracachorro
em que peixes vem à tona para respirar fumaça,
uma água suja como nossas mentes,
uma água pouca como nossa fé,
uma água seca,
como nós.
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quarta-feira, junho 08, 2011
Uma fala após o silêncio
Eita, fiquei um certo tempo sem postar, muita correria por aqui. Vai um poema fresco, temperado e seco ao sol:
RORSCHACH
Nada diferente, apenas uma cópia de mim e de minha mente,
apenas um espelho de mim mesmo a sair por aí e popular meus olhos,
uma alegoria infinita de mins e egos a me rodear.
Em que enfim eu saia de mim mesmo e não veja mais que traços,
manchas estranhas que nada significam,
a não ser o que quero que sejam,
a não ser eu.
Olhe mais de perto, é só café, caiu e manchou,
nada que espelhe senão meu próprio reflexo, sou eu ardendo
e aguardando em vão por misericórdia minha.
Mas queimarei em meu próprio inferno até o final dos tempos,
pois que minha alma só merece a mim mesmo
e todos meus pecados hão de me crucificar em mim.
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RORSCHACH
Nada diferente, apenas uma cópia de mim e de minha mente,
apenas um espelho de mim mesmo a sair por aí e popular meus olhos,
uma alegoria infinita de mins e egos a me rodear.
Em que enfim eu saia de mim mesmo e não veja mais que traços,
manchas estranhas que nada significam,
a não ser o que quero que sejam,
a não ser eu.
Olhe mais de perto, é só café, caiu e manchou,
nada que espelhe senão meu próprio reflexo, sou eu ardendo
e aguardando em vão por misericórdia minha.
Mas queimarei em meu próprio inferno até o final dos tempos,
pois que minha alma só merece a mim mesmo
e todos meus pecados hão de me crucificar em mim.
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segunda-feira, maio 16, 2011
Como Davi para Michelangelo
Eu escrevo há um bom tempo, e até confesso que não tenho como explicar exatamente o motivo. É uma necessidade, pior que um vício. Se passo um tempo sem escrever um poema, fico incomodado, preciso rabiscar alguma coisa no papel ou no editor de textos (ultimamente produzo mais direto no computador que em papel).
Enfim, eu já falei uma vez que não sou eu que escrevo, são outros e outros, trens passando, centenas... Leminski já chamava o poeta de "antena da raça", ou seja: aquele que capta algo no ar e transmite aos demais. E voltando ao começo: escrever para mim é uma necessidade. Mas às vezes essa necessidade retribui com um prêmio. O poema abaixo para mim é o que considero uma pequena obra prima. Podem até impactar menos que outros que aqui coloquei. Mas eles para mim mostram uma construção precisa, um processo delicado de produção poética. Espero que gostem.
O CRIADOR
Estes versos, antes, tinham uma rima,
arranquei-a como uma verruga que incomoda.
Eles soavam como música, extraí a harmonia,
coloquei um monte de coisa estranha e até mesmo trechos
inteiros sem sentido e que voam sobre a cabeça de elefantes.
Tinham um trecho inteiro sobre amor e fé, removi,
como se tira dente de puta em bordel vagabundo, ou mesmo a vida
em guerras inúteis por pedaços vagabundos de chão.
Por fim, tinham um final melódico razoável, que não gostei
e deixei assim mesmo.
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Tuíte este poema
Enfim, eu já falei uma vez que não sou eu que escrevo, são outros e outros, trens passando, centenas... Leminski já chamava o poeta de "antena da raça", ou seja: aquele que capta algo no ar e transmite aos demais. E voltando ao começo: escrever para mim é uma necessidade. Mas às vezes essa necessidade retribui com um prêmio. O poema abaixo para mim é o que considero uma pequena obra prima. Podem até impactar menos que outros que aqui coloquei. Mas eles para mim mostram uma construção precisa, um processo delicado de produção poética. Espero que gostem.
O CRIADOR
Estes versos, antes, tinham uma rima,
arranquei-a como uma verruga que incomoda.
Eles soavam como música, extraí a harmonia,
coloquei um monte de coisa estranha e até mesmo trechos
inteiros sem sentido e que voam sobre a cabeça de elefantes.
Tinham um trecho inteiro sobre amor e fé, removi,
como se tira dente de puta em bordel vagabundo, ou mesmo a vida
em guerras inúteis por pedaços vagabundos de chão.
Por fim, tinham um final melódico razoável, que não gostei
e deixei assim mesmo.
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Café uma hora dessa?
Putz, acabaram com todo o café na cantina :(.
SÁBADO
Quando nasci, o mundo estava puro e vazio.
Criei borboletas para poder arrancar suas asas,
árvores pequenas para desfolhá-las.
Mais tarde, o mundo ainda estava puro, mas não vazio.
Criei rios para poder secá-los
e estrelas para poder vê-las queimar.
Quando enjoei, o mundo ainda continuava puro,
Então criei homens e mulheres
só para apreciá-los a sofrer.
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SÁBADO
Quando nasci, o mundo estava puro e vazio.
Criei borboletas para poder arrancar suas asas,
árvores pequenas para desfolhá-las.
Mais tarde, o mundo ainda estava puro, mas não vazio.
Criei rios para poder secá-los
e estrelas para poder vê-las queimar.
Quando enjoei, o mundo ainda continuava puro,
Então criei homens e mulheres
só para apreciá-los a sofrer.
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Uma xícara cheia por favor
São quase 9 horas da noite, acho que preciso de mais um café.
LÉPTONS E LÉPTONS DE QUALQUER LUGAR
Corra, depressa como um raio e agora aqui e ali,
já estou ligado como um furacão, consumo o mundo
em doses cavalares, em pó e líquido, me arrefeço,
arremeto-me contra paredes de almas e mentes
em desespero, impacientes pelo futuro, impacientes
pelo mundo que corre, depressa como um raio, e agora
eu me vejo ali na frente, ali atrás, já passou, tudo rápido,
luz em mim e adiante, lua em ti e agora mesmo,
correndo depressa, como o mundo que nos cerca e nos
devora, como o mundo que é devorado continuamente,
dia após dia, furacões e mundos e almas e mentes,
o desespero e a esperança na sala de estar, esperando
pacientemente que você corra, depressa como um raio
agora e para todo o sempre, a menos que você corra
e encontre o futuro, correndo, a encontrar você.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Tuíte este poema
LÉPTONS E LÉPTONS DE QUALQUER LUGAR
Corra, depressa como um raio e agora aqui e ali,
já estou ligado como um furacão, consumo o mundo
em doses cavalares, em pó e líquido, me arrefeço,
arremeto-me contra paredes de almas e mentes
em desespero, impacientes pelo futuro, impacientes
pelo mundo que corre, depressa como um raio, e agora
eu me vejo ali na frente, ali atrás, já passou, tudo rápido,
luz em mim e adiante, lua em ti e agora mesmo,
correndo depressa, como o mundo que nos cerca e nos
devora, como o mundo que é devorado continuamente,
dia após dia, furacões e mundos e almas e mentes,
o desespero e a esperança na sala de estar, esperando
pacientemente que você corra, depressa como um raio
agora e para todo o sempre, a menos que você corra
e encontre o futuro, correndo, a encontrar você.
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Tuíte este poema
domingo, maio 15, 2011
Manual falso de construção do poema
O outono seria lindo, não fosse o outono.
TANGRAM
Virou de lado, avesso,
o nada entre mim, você,
o mundo em pedaços.
Peça por pecado, montando,
de novo um erro, falta,
enquadrado em como se foi.
Pontas em círculos, toques,
encontros e vazios,
tudo a construir.
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Tuíte este poema
TANGRAM
Virou de lado, avesso,
o nada entre mim, você,
o mundo em pedaços.
Peça por pecado, montando,
de novo um erro, falta,
enquadrado em como se foi.
Pontas em círculos, toques,
encontros e vazios,
tudo a construir.
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O Tao da Tal da Física
Um poema para um dia que amanheceu nublado:
LÉPTONS E LÉPTONS DE QUALQUER LUGAR
Corra, depressa como um raio e agora aqui e ali,
já estou ligado como um furacão, consumo o mundo
em doses cavalares, em pó e líquido, me arrefeço,
arremeto-me contra paredes de almas e mentes
em desespero, impacientes pelo futuro, impacientes
pelo mundo que corre, depressa como um raio, e agora
eu me vejo ali na frente, ali atrás, já passou, tudo rápido,
luz em mim e adiante, lua em ti e agora mesmo,
correndo depressa, como o mundo que nos cerca e nos
devora, como o mundo que é devorado continuamente,
dia após dia, furacões e mundos e almas e mentes,
o desespero e a esperança na sala de estar, esperando
pacientemente que você corra, depressa como um raio
agora e para todo o sempre, a menos que você corra
e encontre o futuro, correndo, a encontrar você.
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Tuíte este poema
LÉPTONS E LÉPTONS DE QUALQUER LUGAR
Corra, depressa como um raio e agora aqui e ali,
já estou ligado como um furacão, consumo o mundo
em doses cavalares, em pó e líquido, me arrefeço,
arremeto-me contra paredes de almas e mentes
em desespero, impacientes pelo futuro, impacientes
pelo mundo que corre, depressa como um raio, e agora
eu me vejo ali na frente, ali atrás, já passou, tudo rápido,
luz em mim e adiante, lua em ti e agora mesmo,
correndo depressa, como o mundo que nos cerca e nos
devora, como o mundo que é devorado continuamente,
dia após dia, furacões e mundos e almas e mentes,
o desespero e a esperança na sala de estar, esperando
pacientemente que você corra, depressa como um raio
agora e para todo o sempre, a menos que você corra
e encontre o futuro, correndo, a encontrar você.
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quarta-feira, maio 04, 2011
A saideira, garçom
O último do dia, recomenda-se vinho tinto seco ao lê-lo:
PEÇA POR PEÇA
Vem, me diga de novo que minha alma não me pertence,
sou seu escravo, agora e até para sempre,
em que enfim despeje toda minha ira
dentro de seu corpo.
E vem de novo, tira toda sua pele em cima de meu corpo,
mostre-me o teu interior, tua alma em chamas,
o calor que irá consumir aos poucos,
me jogar fora de mim.
E se por acaso, cansares um pouco, abre os lábios
e arreganha o olho, receba com carinho
todo essa fúria que entrego,
jatos, gotas e suor.
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PEÇA POR PEÇA
Vem, me diga de novo que minha alma não me pertence,
sou seu escravo, agora e até para sempre,
em que enfim despeje toda minha ira
dentro de seu corpo.
E vem de novo, tira toda sua pele em cima de meu corpo,
mostre-me o teu interior, tua alma em chamas,
o calor que irá consumir aos poucos,
me jogar fora de mim.
E se por acaso, cansares um pouco, abre os lábios
e arreganha o olho, receba com carinho
todo essa fúria que entrego,
jatos, gotas e suor.
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Três poemas incomodam muito mais
E mais um poema, ...
NOVECENTOS
Eu procuro a nota perfeita em solidões contínuas,
ritmos
e solfejos,
perfeitos como uma mente em branco,
o vazio me preenche.
Deveras, tudo evapora em sons e ruídos,
cabeças
sem pensares,
ninguém aqui agora, sairam todos,
eu não existo, apenas suspiro.
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NOVECENTOS
Eu procuro a nota perfeita em solidões contínuas,
ritmos
e solfejos,
perfeitos como uma mente em branco,
o vazio me preenche.
Deveras, tudo evapora em sons e ruídos,
cabeças
sem pensares,
ninguém aqui agora, sairam todos,
eu não existo, apenas suspiro.
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Um verso e outro, um outro e um verso
Mais um poema, ...
CÚMULO NUVEM
Abriu demais e foi embora, sombras
passeiam, encobrem minha mente com ilusões
sobre mundos e arco-íris de pleno paraíso,
mas inundam minha alma com raios e trovões,
um aguaceiro de demônios e anjos caídos.
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Tuíte este poema
CÚMULO NUVEM
Abriu demais e foi embora, sombras
passeiam, encobrem minha mente com ilusões
sobre mundos e arco-íris de pleno paraíso,
mas inundam minha alma com raios e trovões,
um aguaceiro de demônios e anjos caídos.
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Filosofia de gibi
Um poema para pensar e remoer sobre o que é a verdade.
VIDRAÇA
O mundo só existe em minha alma,
nada fora que já não tivesse sido pensado
e projetado em comédia para Platão.
Mesmo que eu limpe por completo,
álcool puro e delicada microfibra,
é o mundo de minha vida e a mim apenas pertence,
bateu com o nariz, doeu a testa,
entendes que afinal não tens acesso?
O mundo na verdade é como televisão,
minha alma te mostra, janela
do que escolho para tua apreciação,
até que poeiras me quebrem por completo,
os cacos a cortar a mão de toda a gente,
sangue pela sala e pelo jardim,
gente demais aqui dentro e ao redor.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Tuíte este poema
VIDRAÇA
O mundo só existe em minha alma,
nada fora que já não tivesse sido pensado
e projetado em comédia para Platão.
Mesmo que eu limpe por completo,
álcool puro e delicada microfibra,
é o mundo de minha vida e a mim apenas pertence,
bateu com o nariz, doeu a testa,
entendes que afinal não tens acesso?
O mundo na verdade é como televisão,
minha alma te mostra, janela
do que escolho para tua apreciação,
até que poeiras me quebrem por completo,
os cacos a cortar a mão de toda a gente,
sangue pela sala e pelo jardim,
gente demais aqui dentro e ao redor.
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segunda-feira, abril 18, 2011
Um poema cansado para uma semana cansada
Poema cansado para começar a semana bem "animado".
AGORA
Então venha aqui e faça como antes e mesmo que o mundo
lhe caia sobre os ombros, os ombros caídos, o mundo alquebrado,
a colina que rola o homem que rola a colina, o ombro caído,
o peso sobre as costas, venha fazer como antes e como daqui a
pouco, que tudo acaba, tudo começa, tudo em passos, pouco a pouco,
um pé por vez, mas venha aqui, sopre, e faça como antes, mesmo
que o mundo lhe encolha os ombros, a colina que fica ao longe,
um rio esparso, e fumaça, o fogo que começou agora mesmo e vai logo
terminar, caindo sobre os ombros, cansado com o mundo nas costas,
eu e você, você e outros, o mundo nas costas, você sobre o mundo,
um rio esparso e uma colina rolando sobre um homem, não termina.
Então venha aqui e faça como antes, mesmo que o mundo caia sobre nós.
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AGORA
Então venha aqui e faça como antes e mesmo que o mundo
lhe caia sobre os ombros, os ombros caídos, o mundo alquebrado,
a colina que rola o homem que rola a colina, o ombro caído,
o peso sobre as costas, venha fazer como antes e como daqui a
pouco, que tudo acaba, tudo começa, tudo em passos, pouco a pouco,
um pé por vez, mas venha aqui, sopre, e faça como antes, mesmo
que o mundo lhe encolha os ombros, a colina que fica ao longe,
um rio esparso, e fumaça, o fogo que começou agora mesmo e vai logo
terminar, caindo sobre os ombros, cansado com o mundo nas costas,
eu e você, você e outros, o mundo nas costas, você sobre o mundo,
um rio esparso e uma colina rolando sobre um homem, não termina.
Então venha aqui e faça como antes, mesmo que o mundo caia sobre nós.
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sexta-feira, abril 15, 2011
E o último da semana
Garção, trais a saidera..
AGORA
Então venha aqui e faça como antes e mesmo que o mundo
lhe caia sobre os ombros, os ombros caídos, o mundo alquebrado,
a colina que rola o homem que rola a colina, o ombro caído,
o peso sobre as costas, venha fazer como antes e como daqui a
pouco, que tudo acaba, tudo começa, tudo em passos, pouco a pouco,
um pé por vez, mas venha aqui, sopre, e faça como antes, mesmo
que o mundo lhe encolha os ombros, a colina que fica ao longe,
um rio esparso, e fumaça, o fogo que começou agora mesmo e vai logo
terminar, caindo sobre os ombros, cansado com o mundo nas costas,
eu e você, você e outros, o mundo nas costas, você sobre o mundo,
um rio esparso e uma colina rolando sobre um homem, não termina.
Então venha aqui e faça como antes, mesmo que o mundo caia sobre nós.
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AGORA
Então venha aqui e faça como antes e mesmo que o mundo
lhe caia sobre os ombros, os ombros caídos, o mundo alquebrado,
a colina que rola o homem que rola a colina, o ombro caído,
o peso sobre as costas, venha fazer como antes e como daqui a
pouco, que tudo acaba, tudo começa, tudo em passos, pouco a pouco,
um pé por vez, mas venha aqui, sopre, e faça como antes, mesmo
que o mundo lhe encolha os ombros, a colina que fica ao longe,
um rio esparso, e fumaça, o fogo que começou agora mesmo e vai logo
terminar, caindo sobre os ombros, cansado com o mundo nas costas,
eu e você, você e outros, o mundo nas costas, você sobre o mundo,
um rio esparso e uma colina rolando sobre um homem, não termina.
Então venha aqui e faça como antes, mesmo que o mundo caia sobre nós.
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E mais um poema
Desce dois, desce mais...
PARA SEMPRE
Aperte, trinca e um espaço,
teu abraço que se fecha
e prende entre laços
um peito.
E como agora é como sempre, um
pulso a mais, relógio,
o corpo inteiro te pertence,
efeito.
Pois que em mares já avistados
de terra inteira, ilhas perdidas,
remotas vidas,
sem jeito.
Não importa, vem assim mesmo
e toca o lábio, arrepia,
e deixa a vida pensar
que é deleite.
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PARA SEMPRE
Aperte, trinca e um espaço,
teu abraço que se fecha
e prende entre laços
um peito.
E como agora é como sempre, um
pulso a mais, relógio,
o corpo inteiro te pertence,
efeito.
Pois que em mares já avistados
de terra inteira, ilhas perdidas,
remotas vidas,
sem jeito.
Não importa, vem assim mesmo
e toca o lábio, arrepia,
e deixa a vida pensar
que é deleite.
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Poema para o final de semana
Mais vale um passarinho na frigideira que espetinho de gato.
GATILHO
Uma gota, quando cai na pedra, explode
e molha ao redor.
Ultrapassa matéria e fura, pouco a pouco,
desgastando em completa paciência,
até que enfim modela, constrói,
autora desinteressadamente esculturas que irão
ser continuamente modificadas,
como uma alma que pouco a pouco
toma conta de tudo e incorpora
o universo dentro de si e para fora -
puxe e corra, não deixe que percebam.
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GATILHO
Uma gota, quando cai na pedra, explode
e molha ao redor.
Ultrapassa matéria e fura, pouco a pouco,
desgastando em completa paciência,
até que enfim modela, constrói,
autora desinteressadamente esculturas que irão
ser continuamente modificadas,
como uma alma que pouco a pouco
toma conta de tudo e incorpora
o universo dentro de si e para fora -
puxe e corra, não deixe que percebam.
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quinta-feira, abril 14, 2011
Poema para uma quinta-feira cansada
Um poema para uma quinta-feira cansada:
PLATAFORMA
Agora, afaste-se, não tampe minha vista, deixe-me apreciar
a fruta que me foi proibida por anjos e demônios,
o olho negro da fera que pretende me devorar por pedaços e lascas.
Afaste-se, vou pular, descer totalmente em plena fúria
e subir aos céus no último pulso, a fera que ruge
mas não morde.
E depois que cair, levantar novamente e pular, um salto triplo
no meio do redemoinho.
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PLATAFORMA
Agora, afaste-se, não tampe minha vista, deixe-me apreciar
a fruta que me foi proibida por anjos e demônios,
o olho negro da fera que pretende me devorar por pedaços e lascas.
Afaste-se, vou pular, descer totalmente em plena fúria
e subir aos céus no último pulso, a fera que ruge
mas não morde.
E depois que cair, levantar novamente e pular, um salto triplo
no meio do redemoinho.
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quarta-feira, abril 13, 2011
Belisque antes de saborear
Um poema antes de um bom vinho...
CAIXA PRETA
A porta de minha alma está fechada para entregas, recuso-me
a aceitar qualquer coisa que não tenha sido produzido nas entranhas
sujas e profundas de minha própria alma.
Por mais que se tente, recusarei pacotes e avisos,
fecharei as janelas e direi que não estou em casa.
E qualquer coisa que deixarem à entrada, será desprezado
e ateado em pedaços ao fogo de minhas próprias paixões.
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CAIXA PRETA
A porta de minha alma está fechada para entregas, recuso-me
a aceitar qualquer coisa que não tenha sido produzido nas entranhas
sujas e profundas de minha própria alma.
Por mais que se tente, recusarei pacotes e avisos,
fecharei as janelas e direi que não estou em casa.
E qualquer coisa que deixarem à entrada, será desprezado
e ateado em pedaços ao fogo de minhas próprias paixões.
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segunda-feira, abril 11, 2011
Um haicai descompromissado para a segunda-feira
Para começar a semana mais leve:
ENQUANTO CAI A FOLHA
Eu olho para a grama molhada pela relva da manhã,
um eco de murmúrios sutis e aveludados
perpassa pelos pêlos, arrepia e treme.
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ENQUANTO CAI A FOLHA
Eu olho para a grama molhada pela relva da manhã,
um eco de murmúrios sutis e aveludados
perpassa pelos pêlos, arrepia e treme.
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sexta-feira, abril 08, 2011
O caminho que se faz ao caminhar é um caminhar sobre o caminho
Mais um poema hoje, para fechar o final de semana:
A PROPÓSITO DE WHITMAN
Ei, viajante que por mim passa e segue adiante,
você que segue por entre caminhos que não conheço e não conhecerei,
leva um pouco dessas palavras por outras estradas a outros viajantes,
leva minha alma junto da tua para que possamos festejar
à beira do fogo, bebendo vinho e olhando para o céu.
Viajante, aceita minhas mãos em cumprimento, leva
meu suor para longe de mim mesmo, para outras terras,
entoa esse canto para que todos saibam que você não está só, eu te acompanho
e estarei do teu lado em todos os momentos que essas palavras
ecoarem em sua mente e sua boca.
E quando voltares, não me traga apenas lembranças,
traga um sorriso por eu ter estado a teu lado em todas as pontes e portões,
e continua a caminhar comigo em novos rumos que hão por vir.
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A PROPÓSITO DE WHITMAN
Ei, viajante que por mim passa e segue adiante,
você que segue por entre caminhos que não conheço e não conhecerei,
leva um pouco dessas palavras por outras estradas a outros viajantes,
leva minha alma junto da tua para que possamos festejar
à beira do fogo, bebendo vinho e olhando para o céu.
Viajante, aceita minhas mãos em cumprimento, leva
meu suor para longe de mim mesmo, para outras terras,
entoa esse canto para que todos saibam que você não está só, eu te acompanho
e estarei do teu lado em todos os momentos que essas palavras
ecoarem em sua mente e sua boca.
E quando voltares, não me traga apenas lembranças,
traga um sorriso por eu ter estado a teu lado em todas as pontes e portões,
e continua a caminhar comigo em novos rumos que hão por vir.
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E mais sobre a condição humana.
A condição humana é deveras interessante.
SEMENTE
Vai, brota agora, acorda para o mundo, inspira,
respira esse tempo que é teu,
é teu destino em teus braços.
Vai, abre-te em pétalas, frutifica-te,
sorve esse mundo que é teu,
com teu tronco para aquecer a todos.
Pois que enfim um dia lenha, carvão e cinzas,
e um vento e tuas sementes a voar para longe de ti.
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SEMENTE
Vai, brota agora, acorda para o mundo, inspira,
respira esse tempo que é teu,
é teu destino em teus braços.
Vai, abre-te em pétalas, frutifica-te,
sorve esse mundo que é teu,
com teu tronco para aquecer a todos.
Pois que enfim um dia lenha, carvão e cinzas,
e um vento e tuas sementes a voar para longe de ti.
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Uruborous é apenas um pássaro
Uma rosa é uma rosa é uma rosa. Um poema é um poema é um poema...
O DEUS NA SEXTA CASA, DECIMAL
é novamente outro, erro, continua o autor a vagar por entre
seus próprios pesares e pensares, em busca do que adorar
por entre monstros e deuses tão poderosos quanto um grão de poeira
em um pensamento sobre um grão de poeira.
Afinal nada valeriam tuas preces viradas para esta parede,
pálida e descascando com uma entreluz, meia luz, lua alguma,
se tua mente já te puniu com um deus em casas decimais,
noves fora, sobra apenas a mente e você,
e um deus em alguma casa decimal.
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O DEUS NA SEXTA CASA, DECIMAL
é novamente outro, erro, continua o autor a vagar por entre
seus próprios pesares e pensares, em busca do que adorar
por entre monstros e deuses tão poderosos quanto um grão de poeira
em um pensamento sobre um grão de poeira.
Afinal nada valeriam tuas preces viradas para esta parede,
pálida e descascando com uma entreluz, meia luz, lua alguma,
se tua mente já te puniu com um deus em casas decimais,
noves fora, sobra apenas a mente e você,
e um deus em alguma casa decimal.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
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quarta-feira, abril 06, 2011
Um poema sobre a condição humana
Um breve poema sobre a condição humana.
FRÁGIL
Tão bolha, sutil, película suave que estoura em mãos,
como uma idéia que voa e some entre nuvens,
entre estrelas quentes num céu frio,
alegrias pueris.
Flutua, como uma vida entre outras tantas, estourando
levemente no ar, e nunca mais subir, somente
sabão e água
no chão.
E nós que pensávamos que tudo era para sempre,
agora estamos aqui a espreita de um dedo
e estourar.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
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FRÁGIL
Tão bolha, sutil, película suave que estoura em mãos,
como uma idéia que voa e some entre nuvens,
entre estrelas quentes num céu frio,
alegrias pueris.
Flutua, como uma vida entre outras tantas, estourando
levemente no ar, e nunca mais subir, somente
sabão e água
no chão.
E nós que pensávamos que tudo era para sempre,
agora estamos aqui a espreita de um dedo
e estourar.
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quinta-feira, março 31, 2011
A via é de leite e mel
Geralmente não costumo comentar sobre o processo de criação, penso que um bom poema é um filho pródigo e tem tantos significados quantos leitores diferentes. Mas este aqui foi escrito num daqueles momentos de perceber que somos praticamente nada frente à imensidão do universo. Leia a notícia inspiradora (dica: leia o poema antes da notícia).
DUAS BOLHAS
E agora que meu universo aumentou, como vou cabê-lo todo
dentro
de mim?
Eu que já não me caibo de erros, pecados e medos,
como vou me conter?
Por mais que supernovas venham e me apontem o apogeu da alma,
meu âmago resiste
com frio
e temor,
um buraco negro que a mim mesmo consome,
e tudo em meu redor,
como se implodisse e explodisse agora e para sempre,
já foi.
E que enfim nasça agora aquilo que nunca veio ao mundo
ou mesmo virá.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Tuíte este poema
DUAS BOLHAS
E agora que meu universo aumentou, como vou cabê-lo todo
dentro
de mim?
Eu que já não me caibo de erros, pecados e medos,
como vou me conter?
Por mais que supernovas venham e me apontem o apogeu da alma,
meu âmago resiste
com frio
e temor,
um buraco negro que a mim mesmo consome,
e tudo em meu redor,
como se implodisse e explodisse agora e para sempre,
já foi.
E que enfim nasça agora aquilo que nunca veio ao mundo
ou mesmo virá.
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quinta-feira, março 24, 2011
Varrendo o teto
Muito trabalho, antes que o blog crie teias, um poema:
PAPEL DE PRESENTE
Enfim que agora chegastes, partirás?
Para onde enfim que viestes, para que mundos desbravarás
tua alma e teu corpo?
Pois que enfim, chegastes, e já queres partir,
nem ao menos te desembrulhas para mim,
laço por laço, idéia por cabeça,
queres sair como se o mundo fosse apenas o brinquedo que sempre
pedistes
ao mundo,
este que te possui e te inflama e te abre
em pedaços, nem reclamas,
pois que a mim me sobra
apenas uma caixa,
e ficar,
só.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Tuíte este poema
PAPEL DE PRESENTE
Enfim que agora chegastes, partirás?
Para onde enfim que viestes, para que mundos desbravarás
tua alma e teu corpo?
Pois que enfim, chegastes, e já queres partir,
nem ao menos te desembrulhas para mim,
laço por laço, idéia por cabeça,
queres sair como se o mundo fosse apenas o brinquedo que sempre
pedistes
ao mundo,
este que te possui e te inflama e te abre
em pedaços, nem reclamas,
pois que a mim me sobra
apenas uma caixa,
e ficar,
só.
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quarta-feira, fevereiro 23, 2011
A propósito de elefantes
Dois poemas incomodam muito mais
O CORVO
A angústia que sobe a tarde agora, respira, conte,
a vida que sopra em pulsos de pequenas agonias,
socos pequenos no peito, e voa, esvoaça,
essa escuridão chega agora em asas e assobia
fino, dói os ouvidos, chiado e ruído,
quando e agora para sempre, como se fosse um mesmo
dito pelo não dito, dito por tudo que acaba em pratos
quebrados e aves depenadas, cobras a passear,
como uma angústia no céu, nuvens e sol pálido.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Tuíte este poema
O CORVO
A angústia que sobe a tarde agora, respira, conte,
a vida que sopra em pulsos de pequenas agonias,
socos pequenos no peito, e voa, esvoaça,
essa escuridão chega agora em asas e assobia
fino, dói os ouvidos, chiado e ruído,
quando e agora para sempre, como se fosse um mesmo
dito pelo não dito, dito por tudo que acaba em pratos
quebrados e aves depenadas, cobras a passear,
como uma angústia no céu, nuvens e sol pálido.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Tuíte este poema
Um poema incomoda muita gente...
Um poema incomoda muita gente...
ALÍVIO
Venta forte lá fora, chuva em gotas pesadas, a grama molhada
e árvores em oração e temor.
E eis que se arranca da alma essa verdade contida, corrompida
por anos e anos de hipocrisia e soslaio.
Mas agora venta forte, lá fora a chuva derruba galhos e latas
e a água da chuva leva adiante papéis e chicletes.
Pois a verdade fugiu, foi para longe e agora não a conheço
nem mesmo com perfumes de deuses em pleno amor.
E ainda venta forte, ponho uma capa vagabunda no corpo,
molho os pés na enxurrada e lavo a cara com a água que cai.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Tuíte este poema
ALÍVIO
Venta forte lá fora, chuva em gotas pesadas, a grama molhada
e árvores em oração e temor.
E eis que se arranca da alma essa verdade contida, corrompida
por anos e anos de hipocrisia e soslaio.
Mas agora venta forte, lá fora a chuva derruba galhos e latas
e a água da chuva leva adiante papéis e chicletes.
Pois a verdade fugiu, foi para longe e agora não a conheço
nem mesmo com perfumes de deuses em pleno amor.
E ainda venta forte, ponho uma capa vagabunda no corpo,
molho os pés na enxurrada e lavo a cara com a água que cai.
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sexta-feira, fevereiro 04, 2011
Um poema com o espírito do dia
O poema não foi escrito hoje, acho que foi em novembro ou dezembro, mas está caindo como uma luva.
CREDO
Não acredite na fé, ela moverá montanhas por sobre você
e lançará irmão contra irmão.
Não acredite no amor, ele foi inventado em palácios por
covardes que não lutaram por seu amor.
Não acredite na matéria, pois que o universo é nada,
e predomina o vazio.
Não acredite em seu ego, seus neurônios apenas te iludem,
para que penses que pensas.
E por fim, apague este poema, rasgue-o em trezentos pedaços
e viva sua vida plena de luz e agonia.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Tuíte este poema
CREDO
Não acredite na fé, ela moverá montanhas por sobre você
e lançará irmão contra irmão.
Não acredite no amor, ele foi inventado em palácios por
covardes que não lutaram por seu amor.
Não acredite na matéria, pois que o universo é nada,
e predomina o vazio.
Não acredite em seu ego, seus neurônios apenas te iludem,
para que penses que pensas.
E por fim, apague este poema, rasgue-o em trezentos pedaços
e viva sua vida plena de luz e agonia.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
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